Jamais foi meu

 

Eu tenho guardado em mim o segredo
dos projectos da minha vida atribulada,
onde muitos dias eu sou arvoredo
noutros solo árido sem nada.

Eu tenho lutado em batalhas interiores,
escondida em sorrisos e gestos carinhosos,
de onde regresso cheia de feridas e de dores
vendo partir seres vazios vitoriosos.

Eu tenho tentado arrancar de mim os desejos;
apagar as lembranças e a vontade,
suspender do mau paladar o gosto dos beijos,
negando muitas vezes não ver a verdade…

Eu tenho tentado não ver, me iludindo,
sabendo muito bem deste filme qual o fim!
Cada dia que chegas é como se tivesses partindo
pois jamais serei tanto para ti quanto foste p’ra mim.

Eu tenho contado a mim mesma mentiras no escuro,
pois a estrada que me mostraste, terminará em breve,
onde eu serei um passado sem futuro
lavando meu rosto triste com derretida neve…

Eu tenho calada, gritado como lamento
(sem direcção meu olhar já se perdeu).
Tento aniquilar o que me corrói por dentro
Que pensava possuir mas que jamais foi meu.

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