Cheguei



Cheguei a uma estrada da minha vida
de onde posso gritar bem alto
as mágoas que me empestam a ferida
e me derramam sangue contuso, qual negro asfalto.

Hoje não sou mais só uma menina,
sou uma madura mulher com voz própria e assente;
o que me magoa já não me fascina,
minha vontade não é jamais dormente.

Cheguei sem nunca regressar
de onde vim, vi muitos outros a voltar,
derrotados, sangrentos, sem sorrir.
Também a mim me doeu
mas minha meta sempre foi ter a cabeça no céu,
levantada, sem jamais desistir.

Hoje não sou mais só mais “um alguém”,
igual, abrigando apatia…
sou menina, sou mulher, sou mãe
e do negro das minhas tristezas
pinto coloridas minhas alegrias.

Cheguei a uma estrada da minha vida
onde me permito viver sem medos ou restrições
e levo adiante meus sonhos e paixões, de cabeça erguida,
sempre acompanhados da verdade das minhas emoções.


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