À janela


À janela de casa
Posso ver árvores a dançar
E chuvas arrastadas
Casas quietas
Ruas molhadas…

À janela de casa,
Por dentro das vidraças decoradas,
Vejo a rua deserta,
O vento cheio de força,
A relva molhada,
Uma mente aberta,
Folhas mortas que vão dançando
Quando o vento as vai soprando
E depois solta-as, como se fossem pássaros mortos,
Que vão caindo sem ação
Inertes
Pelo chão…

À janela vou revivendo
Tempestades passadas
Quando o tempo ainda era interminável,
E vão chegando pensamentos
E vão chegando (pre) visões
De dias incertos
Jardins desertos
Novas tempestades,
Furacões...

À janela vejo o gato
Que se abrigou em cima do tapete,
Enrolado no seu pelo, aquece-se,
E nem dá pela tempestade que passa;
Dorme, descansado, sem reparar que o olho
Da janela…

À janela posso ver
A revolta da natureza
E esperar quieta que tudo passe…
À janela
Espero que o tempo se adiante
E que logo chegue o meu amante,
E com toda a força do vento,
erga-me em seus braços,
E me abrace…

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