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A mostrar mensagens de agosto, 2016
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O teu livro não tinha miolo

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O teu livro era uma capa de fachada azeda, mal acabada. Era feito de um material duro e usado com um papel vazio escrito num doloroso passado sufocante e sem futuro… O teu livro não tinha miolo não era cativante misterioso apaixonante era escrito por um interior sombrio mentiroso com fastio … O teu livro não tinha miolo parecia um catálogo de carros velhos despedaçados sem motor o teu livro tinha tanto, mas tanto bolor era um livro desinteressante stressante sem vestígios saudáveis do amor… O teu livro parecia uma montagem de encomenda e tu sem rumo num desgastante consumo corrias perdido nesta senda às cegas pelo mundo… Arranquei-te da tua prateleira tirei-te a venda e transformei o teu livro num livro novo de poesia que transbordava inovação magia emoção um livro romântico cheio de prazer um livro com vontade de viver, de construir novas histórias. O teu livro não tinha miolo era
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Todo meu

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Não te roubei, apenas te encantei. Quem não fica interessado num ser tão raro e inspirado? Não te roubei. Te apaixonei! Levei-te à morada da felicidade mostrei-te o amor de verdade. Não te roubei, apenas te ressuscitei. Havias adormecido vivias sem sentido. Não te roubei, apenas te amei. Levei-te em viagem ao céu e agora és todo meu!

O meu vestido de renda

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Vesti para ti o meu vestido de renda com janelas para a minha pele hidratada fazia de mim uma prenda pronta a ser desembrulhada… Vesti para que os teus olhos olhassem as minhas curvas corporais e os teus pensamentos te levassem a recantos meus: vivos, carnais… Vesti o meu vestido e calcei o sapato de salto maquilhei o rosto, e os lábios decorei ,  e elegantemente percorri o asfalto segura pela tua mão, que com a minha entrelacei… O meu vestido de renda despertou a tua ambição, desejaste ser renda e vestir a minha cútis e cobrires de elegância o meu coração pulsando em mim a cada segundo, sendo feliz.

Lonjura

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E a cada segundo que passa aumenta minha amargura meu coração tolo estilhaça com a realidade desta lonjura pois quem longe está, não nos abraça nem nos enche de ternura… Sigo minhas obrigações alimento as minhas vidas inquietas e guardo as minhas emoções nas minhas inacessíveis gavetas e aos poucos matam-me as ilusões que vou tornando secretas… E a cada segundo que passa sinto ainda mais solidão sinto ser a eterna traça à espera de transformação sendo quem a todos abraça sem receber consolação…

Distimia

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Uma dor sem rosto uma tristeza constante que levava o calor de agosto deixando a luz da  noite distante… Era uma dor fria, cascata de choro um desistir persistente uma ave de mau agoiro um organismo doente… Fazia as asas arrastarem-se pelo chão, voar era algo impensável os músculos perderam a capacidade de ação; tudo era detestável… Só lágrimas e gemidos só escuro e dor jardim mortos e destruídos ansiedade, insegurança e pavor… Era triste e denso o nascer de cada dia, um sofrimento imenso: distimia…