É fácil fazer juras de amor, e prometer a felicidade. Mas a maturidade vai deixando (em nós) a descoberto que nós não controlamos nada e nada depende totalmente de nós. Até porque nada é definitivo. Nada é para sempre. Até porque o infinito é agora. Ser para sempre é ser-se agora. Sorrir agora. Dar a mão agora. Abraçar, agora…
Fico sempre a pensar, quando ouço as pessoas dizerem que se amam “daqui até à Lua”. Fico confusa… A Lua parece tão perto… Por vezes se esticarmos o braço com bastante convicção, quase que a agarramos com a mão…
Fico sempre com dúvidas se o tamanho do amor pode ser comparado a algo exterior. O amor não é cá dentro? O amor não é profundo? De que serve querer sentir que se ama daqui até à Lua, se tantas vezes nem damos conta que as estrelas dos olhos estão a brilhar?
É fácil fazer juras de amor, e prometer a felicidade. Mas a felicidade é como a água que nos toca as mãos e nos escorre por entre os dedos. E quando a sentimos escorrer por entre os dedos conhecemos a dimensão da verdadeira felicidade. Não a que se agarra e se prende. Mas a que nos toca e se sente…
Eu fico a pensar quando ouço as pessoas dizerem que se amam “daqui até à Lua”… Às vezes as viagens à Lua acabam por ser canceladas. Esquecemos que os preparativos para a viagem são feitos na Terra, e que estes preparativos são a própria viagem… Afinal, a Lua parece tão perto e há dias que não a vemos, nem nos ilumina… Tão pouco nos aquece...
É fácil fazer juras de amor, e prometer a felicidade… Difícil mesmo é acreditar que nos amam “daqui até à Lua”, quando amamos e acreditamos que nos amam daqui até ao Sol… Sim que o Sol está tão distante. Que a distância até ao Sol é bem maior. E o Sol? O Sol é estrela. É quente. É imenso. Intenso!
Eu fico confusa quando ouço as pessoas dizerem que se amam “daqui até à Lua”… Afinal, a Lua parece tão perto e há dias que não a vemos, nem nos ilumina… Felicidade é amar daqui até ao Sol, que embora, em alguns dias nos se deixe olhar, nunca deixa de nos aquecer, nem deixa de nos iluminar…
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