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Boca

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Esfomeada, a boca, que me prende, como se fosse eu, prisioneira numa gruta, é ela, que tanto me ataca como me defende, que dita as regras, impõe a luta... Comparável a um misterioso cofre, que ao abrirem – se todos os cadeados de ouro, alivia – se a ansiedade e a dor de quem sofre, através da partilha do beijo, tornado tesouro. O abrir dos lábios suaves, em procura, dos lábios que mesmo calados tanto falam, transforma momentos… pára o tempo com ternura, deixando falar os olhos, que não se calam . Esfomeada, a boca , que me prende, já colada a meus lábios, como se imortal, conquista territórios na minha boca, que se rende deixando vitoriosa e saciada essa fera carnal. Lábios… língua! Saliva … numa mistura louca, são parte de um sentir. São a forma de grito! Deixa – me entrar em ti, pela tua boca, e habitar – te ferozmente num beijo infinito…

Ecdise

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Quero despir esta minha pele, esta  minha imagem que me impuseram quando nasci e eu nem queria! Quero ser  livre ,leve brisa, uma suave aragem, cansei – me de ser sempre  a força da ventania. Preciso ser eu a provar toda a maciez, do conforto de um colo aconchegante ! Suplico, nem que seja por uma única vez, quero ser guardada e querida como um diamante. Quero dormir em leito de pétalas de calma e harmonia, embalada por sussurros cálidos , como xailes de lã, e ao acordar, ver despontar quente, tão sonhado dia, no qual, teus olhos, são raios de sol anunciando a manhã. Preciso deixar entrar em mim, com urgência, novo alento. Encontrar – me nesta selva de pensamentos obstinados. Deixar para trás, sepultando bem fundo, o meu lamento, reiniciar a vida, sem sentimentos em mim gravados… Quero ser fio de água fresca, correndo como quem desliza sobre as pedras dum riacho,de destruição ainda casto. Preciso ser serpente, despojada da pele que não

Cegos

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Teu olhar está a partir de agora impedido de ver o meu. Consequência das escolhas que a vida nos apresenta; ao cruzares comigo na rua, levanta teus olhos para o céu, os meus estarão no chão, enquanto o coração se lamenta… Não me olhes! Não te atrevas jamais, a ser ousado! Despreza – me friamente, como se eu lixo fosse, estás proibido de lembrar qualquer réstia do passado, de recordar qualquer momento de um momento doce… Meu olhar jamais poderá voltar a ver o teu, pois desfez – se em pedaços ,que rolaram pelo rosto meu na lágrima fácil e carregada de desumana dor.. Sem olhos, não podem ler neles, o que o olhar nega… escondo assim dolorosamente   tudo na minha alma cega e posso mentir , afirmando cegamente, que já não te tenho amor…

Já tarde...

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Quem sabe, o dia que tentares atravessar a ponte, para vires colher as flores, desabrochadas em minha margem, eu não serei já como a imaginária linha do horizonte cada vez mais distante e inatingível,como uma miragem. Há viagens que fazemos das quais já não se regressa, por ser de único sentido o trilho, onde as podemos desfrutar, comparáveis a um gigante carrossel,girando depressa, onde sabemos como começa mas jamais,quando irá acabar! E se o fumo deixar de desenhar a nossa atmosfera, será a hora de perceber que a fogueira já não arde, que o fogo já se apagou,já não tens ninguém à espera Chegaste finalmente,mas foi já tarde…

Junho Criança

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  Junho traz–nos à lembrança que se instaurou, universalmente, um dia para se comemorar o ser criança, vivendo este dia intensamente. Pena é que não seja assim tão universal, e que muitos destes seres que menciono, não sintam nas suas vidas um carnaval e que vivam, com os olhos em  triste Outono… Ingrato, que em abastadas regiões na terra, alimentos se percam pela demasia, enquanto milhares de crianças de guerra morram à fome ; que ironia! E são os homens, que redigiram a declaração, que fazem guerra e destroem o planeta; e que à custa de santos interesses, negam o pão   e  permitem que tão grave crime se cometa. Fazer sofrer um inocente… uma criança gerado  no ventre fértil da mãe sua, sujeitando– o a  que viva sem esperança, dormindo na valeta … morrendo na rua! E todos nós irónicos, continuamos, fingindo que nada de mal se passa, camuflando que cruelmente nos matamos; racionalmente destruímos nossa raça!

Novo dia

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Eu vi o dia a despontar; a escuridão dando lugar à claridade. pela fresta da cortina pude notar que este dia é já uma realidade! Embora dorida pelas tortuosas caminhadas e sentindo que entrei na vida em contra mão, tento desvalorizar todas as pisadas que me diminuem e me afugentam. Tenho dias que não quero ver a luz ; preferia que noite fosse, eternamente, pois, nem sempre o novo dia me seduz, nem sempre quero que o sol me acalente… Tenho   um frio resistente, que não passa, acordou-me rindo, de mim desdenhando; lembrou-me cruelmente que não me abraça ninguém !É vazio o leito, onde eu ando! Não sei mais, quanto tempo vou resistir, é difícil viver de migalhas, de sonhos, de hesitações… Minhas forças começam a diminuir e os ruins pensamentos, em mim, são campeões… A vida grita comigo, para me recordar, que cada momento que passa, não mais regressa, que eu posso ser pássaro. Que posso voar, em meu mundo de sonhos… sem pressa!

Receios

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  Fez -   se noite no meu olhar quando me pus a imaginar, que era possível desviar meu caminho, para longe do teu, onde tantas vezes, o rosto meu foi inundado por manifestações de carinho… Cheguei a pensar dizer – te que afinal o que sentia por ti, não era especial, havia sido a consequência, de um mal entendido, de um coração bandido ou de algum momento de carência… Fechei – me no quarto de onde tantas vezes parto, para uma dimensão, que ninguém conhece; deixando cair minhas lágrimas na almofada, por me doer a alma magoada; por tanto querer quem não me esquece… Também tenho meus receios, também já tive dias feios; a arte da vida está em continuar, escolhendo o amor que nos inunda, ou então uma situação que nos afunda, enquanto vemos nossa vida a passar! Ninguém nos bate á porta sem razão, a vida tem caminhos que nós não deciframos então, imediatamente. Todo aquele que cruza nossa vida, trás uma missão a ser cumprida, grava nossa vida definitivamente. Eu quero adormecer sem pensar

Poço fundo

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  Dentro de mim gerou - se a confusão; a procura incessante da tua companhia; a necessidade do toque da tua mão; o som da tua voz, me desejando “ Bom dia”! O calor do teu corpo colado no meu; o gosto dos teus lábios molhados e quentes, perdidos no meu corpo, que queres só teu; a força dos teus beijos carinhosos … ardentes… Eu recordo tudo… cada momento nosso; relembro a alegria, que me faz chorar, pois desci muito fundo, sozinha, num poço, e agora percebi, que não me irás buscar!

Fénix

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Nunca havia estado, tanto tempo perdida, dentro do infinito de um olhar, como se eu fosse uma Fénix renascida envolta em intenso fogo e em mar! Entrei um pouco para perceber, qual a intensidade da magia, o   que me agarrava com prazer; o que me envolvia em alegria… Após entrar, jamais saí… fui colhida com amor e jeito, e desde então, ao olhar para dentro de ti vejo – me aninhada em teu peito! Descanso nele minha cabeça e tenho paz; deixo me embalar por batimentos de força e vida, ganhando   novo alento, tornando – me capaz de te dar a mão firmemente e seguir destemida.

Maior fortuna

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Jóias? Não! Não as preciso, minha maior fortuna está no coração; quem me amar ,que me ofereça o paraíso construído com carinho e com paixão! Flores? Feitas de perfume e cetim?! Prefiro vê–las na terra a crescer, pois eu mereço um infinito jardim, onde borboleta,eu possa ser! Riqueza? Nunca,na vida te persegui! P’rá minha vida,sonho outras alegrias, pois nada trazia nas mãos, quando nasci, e sei que morro e parto de mãos vazias. Não!Sei bem,não tenho preço! Sou grão de areia em praia iluminada; Sei o que sou e tudo o que mereço, e   sei que mereço ser muito amada.

O grito do meu silêncio

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A Solidão grita louca já sem parar, é como se fosse rio de meandros cheio, que anseia entregar – se ao mar, sem qualquer reserva nem receio. Demonstra intensamente sua aflição no demorado arregalar dos olhos, em busca, sufocando friamente a voz do coração que lhe grita, incomoda e ofusca! Seres do mundo, não sabem que este foi criado, para ser do amor o nobre reinado, vivem carregando nas almas um coração vazio! Cerro então minha boca, para não deixar fugir, tentando desesperadamente, esta dor engolir, calando – a, com o grito do meu silêncio!

Sentir - te em mim

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O dia todo, viveu em mim um arrepio, companheiro de um apaixonante odor sagaz, trouxe á mente minha, em desafio, lembranças de um momento tão fugaz! O odor do teu corpo quente, em exaltação, misturado com sentimento, desejo e suor, vive em minha pele provocando inundação; Inconscientemente sou toda feita de tremor… Respirando todo o ar, bem fortemente, como se necessário uma inalação permanente, consigo sentir todos os cheiros, que eu sei reais. Deixo então que me penetrem… me inundem, como se eu fosse um óvulo… pois, que me fecundem! Já que sentir – te em mim, nunca é demais…

Perto do fim

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Correm boatos que o mundo estará perto do fim, que acabará; que Deus destruirá a Terra! Que se inicia uma grande guerra… A guerra é a que temos nos interiores estas, onde nós matamos os amores; nas que cortamos os ternos laços; onde nos agredimos ao invés dos abraços… E o fogo que nos incendiará, pena não ser o da paixão, mas será o da ganância, do egoísmo e do poder. Pois iremos perceber, embora já tarde, que a vida é o fogo intenso, que em nós arde, E que muitas vezes nos esquecemos de viver!

Mar de memórias

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Hoje novamente, me encontrei sem direcção; dirigi sem rumo, até mesmo sem pensar, fui na busca de um caminho, que nós ainda não tivéssemos andado a percorrer e a desbravar. Só ouvia, constantemente o teu chamar, deixando minha mente de lembranças tão cheia! A dança sincronizada das ondas do mar… O borbulhar do sil êncio nos grãos de areia… E alimento compulsivamente, a esperança minha, mantendo desta forma vivo o amor que me surgiu inesperado na vida, e se aninha, trazendo vida nova, alegria, mas também dor! Dor porque a ausência não se contorna. Quem amamos povoa-nos todo o ser… Mas o coração é exigente, não se conforma; os olhos têm de sentir, as mãos têm de ver! Chorei! Chorei! Aumentei as águas… Deixei – me levar nas ondas, para atingir a calma… Aliviei um pouco essas minhas mágoas, sosseguei um pouco a minha alma. Sei que ainda me restam as memórias e as fotografias que te tirei com o olhar; ainda poderei ler ao espelho,

Esse doer no coração

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À tua espera e esquecida de mim, tem sido minha vida… … tenho vivido assim! Entre lembranças e saudades tantas vezes adormeci, cansada do cair da lágrima, me sentindo abraçada a ti… Procuro um sinal teu! Um cruzar do olhar antigo; o teu abraço… e o beijo… o meu porto de abrigo… Eu tento… fugir… até tento não lembrar; mas tua imagem vive a surgir, volta em mim, sempre, ao acordar… Desejo não mais respirar! Queria ser cinzas de uma lembrança , no mundo… é que quando respiro, não pára de gritar esse doer no coração… tão fundo…

Tu

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  Tu, não és uma pedra dura, nem feito és do mais frio gelo, apenas escondes teus sonhos e tua ternura pintando na tua vida um pesadelo… Tu, não és de maldade tecido! Eu vejo no teu olhar esconderijos de papel, onde teimas ficar escondido, limpando as gotas, que te escorrem, de mel. Tu não és uma alma vazia que caminhe adiante sem olhar. Apenas temes o amor e a alegria, assim… desistes de lutar… Tu não és um ser insensato achas   só ,que tua vida não vale nada, e então anulas – te , és ingrato, deixas tão vazia a tua estrada… Tu não sonhas com receio e se sonhas não te aventuras, deixas teus projectos ficar a meio desfrutas   sozinho   tuas amarguras… Tu não vives! Vais vivendo! Acomodas – te na tua tradicional teia, não te apercebes que vais morrendo de cabeça soterrada na areia … Tu , esqueceste de seguir , sem temer, sem largar a mão de quem dizias amar tanto, e agora passas teus dias a ver morrer o amor , sem forma de renascer… em pranto… Tu não entendes que amor não se pla

Jardim inteiro

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Passaste suave num jardim onde sentiste meu perfume no ar, e desde então que sou assim, como se fosse o teu respirar. Sou a tua rosa em botão, que se alimenta no teu abraço, perfumo–te a vida,o coração, embelezo   teu regaço. Regas–me com beijos e guarida, misturando com o meu, o teu cheiro, colhes com jeito minha pétala caída, regas de amor meu jardim inteiro. Cuidas de mim,és sol e rega, és chama ardente do meu lume; és todo corpo em entrega, o louco aroma do meu perfume.

Menina Poesia

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Do cheiro da terra colhi a inquietante inspiração, a intensidade   das palavras, é fruto   da maresia; junto – as assim, perfeitas, neste meu coração, carregado de sensibilidade e terna poesia. Nasci cedo, no mês das mais belas flores, sou toda Maio, sou um pássaro, sou andor; sou as verdes lagoas das ilhas dos Açores compondo e declamando   poemas de amor! Em minha Angra atracam pensamentos, trazidos em botes baleeiros de sentimentos, resgatados na linha do horizonte,tão fina… Nasci, minha querida mãe! Desejada e forte, lutando, construindo pilares sólidos p’rá sorte, sendo sempre eu, em versos, mãe. Eu! A tua menina.

Dança das línguas

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A minha língua era como terra de ninguém, deixada por cultivar e ao abandono, povoada por corvos em harém, em queda,como as folhas no Outono! A tua língua,trazia o gosto da resiliência, trazia papilas,em séquito degradado, que procuravam uma razão de existência, ansiando uma terra,onde ser arado. Juntas,entre bocas que as ostentam, tanto saem agitadas,como entram, mostrando,do amor,toda a pujança; Procurando na húmida boca desejada a tão almejada porta de entrada, onde as línguas se entregam em dança!

Eu contei…

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  Eu contei a toda a gente sobre o amor que a gente sente, dos olhares, dos sorrisos, dos desejos. Eu contei da nossa paixão, do toque da tua mão, do veludo dos teus beijos. Eu contei que fazes – me feliz; que és alguém que sempre quis, quem me conforta na dor; contei que contigo o tempo pára; que a teu lado sou jóia rara; contei que és o meu amor! Eu contei que alegria és, que me iluminas da cabeça aos pés, quando meus cabelos acaricias. contei que com o abraço nosso ou com o teu beijo no meu pescoço, Toda eu, tu arrepias… Contei que mesmo longe, estamos perto; que és a certeza no incerto; que sou o nome por qual chamas. Contei que teus olhos ao verem – me chegar, sorriem e brilham sem parar, pois, sou a mulher que tu amas!

Aroma

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A intensidade de um olhar, levou – te a buscar – me na distância, correndo por instinto… sem pensar, ansiando inalar minha fragrância… Uma vez impregnada em tua tez fui como um vício imparável, que buscavas em cada nova vez repleto de uma sede insaciável. E na humidade quente da boca tua a minha, já sedenta e seca de excitação, pedia – te calada que me deixasses... nua que libertasses teu corpo em erecção… Em silêncio os corpos falaram... gemendo… Entregues… distantes… suados, livres de olhares, aparências e querendo eternamente ficar encaixados... Uma vez entregue, em teus braços resistentes e na totalidade de teus músculos possantes, meus seios foram fonte de água… quentes… Minha anca oceano de movimentos incessantes… E se foi sexo… amor…entusiasmo, carência… paixão ou desatino… Sei lá… ainda sinto a intensidade do teu orgasmo despertando meu aroma natural feminino!

Soneto Verdade

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  A alma também envelhece à medida que o tempo corre, a   força diminui, o corpo morre, só a memória não esquece! Os dias contados tornam – se meses; os meses traduzem – se em anos; e   apercebemo – nos que somos humanos, e erramos tantas vezes… Embora haja quem diga ser pecado amar intensamente e ser amado, caso pudesse ,não corrigia minha imprudência… Pois o amor teu, foi a luz do meu dia… A razão de vida, a minha alegria… O amor maior da minha existência!

Pedaços de uma Mulher

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Estas palavras que aqui deposito são como as lanças que me agoniam, que destroem o meu peito aflito, me esfaqueiam,me esvaziam… São palavras sentimentos que me esvoaçam que eu temi tantas vezes exprimir, por saber que ao dizê–las,já não me abraçam os braços, que tantas vezes,loucamente,pude sentir. E vou eu, como outras vezes no passado, percorrer,entre lágrimas e tristeza,o corredor, tentando recuperar meu coração despedaçado por procurar e acreditar tanto no amor! Embora devagar,passo a passo, sentindo uma imensa vontade de ruir, tentarei colher para o meu regaço os pedaços de mim para me reconstruir. Irei no amanhã olhar com prudente calma, esconderei o meu olhar,a minha essência… Não deixarei ninguém encontrar neles a minha alma viverei guardando bem guardada   minha carência… E sentada a escrever,tanto que rastejo… Pois é assim que me sinto,no poço, no fundo… Apagaste em mim o futuro,o desejo, foi como se me expulsasses