Cheguei
Cheguei a uma estrada da minha vida de onde posso gritar bem alto as mágoas que me empestam a ferida e me derramam sangue contuso, qual negro asfalto. Hoje não sou mais só uma menina, sou uma madura mulher com voz própria e assente; o que me magoa já não me fascina, minha vontade não é jamais dormente. Cheguei sem nunca regressar de onde vim, vi muitos outros a voltar, derrotados, sangrentos, sem sorrir. Também a mim me doeu mas minha meta sempre foi ter a cabeça no céu, levantada, sem jamais desistir. Hoje não sou mais só mais “um alguém”, igual, abrigando apatia… sou menina, sou mulher, sou mãe e do negro das minhas tristezas pinto coloridas minhas alegrias. Cheguei a uma estrada da minha vida onde me permito viver sem medos ou restrições e levo adiante meus sonhos e paixões, de cabeça erguida, sempre acompanhados da verdade das minhas emoções.