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Quarto vazio

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Sou um quarto vazio sem portas nem janelas, onde não circula o ar e mora o frio, de onde foram levadas as coisas belas… Sou um quarto bolorento, desabitado,abandonado pelo proprietário… sou vazia,sem ornamentos, levaram meu mobiliário… Sou um quarto fechado, perdido,esquecido,qual alçapão; negro,sufocante,não pintado… Vazio!Assustador!Sem iluminação… Sou um quarto,um quarto só… Sem nada!De memórias carregado. Memórias,que desejo,se transformem,em pó, e sob este pó encontrem meu corpo… enterrado… Sou um quarto vazio… Sou vazia… sem ornamento… Perdida… onde mora um frio, que só não me enregela   o sofrimento…

Voz calada

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Calada, escutei teus temores! Senti teu olhar fugir… Denunciaste tua revolta nos tremores, como se o gelo te tivesse a possuir… Eu tentei iluminar teu caminho, com a luz do amor, em meu olhar, dizendo–te que não estavas sozinho, que iria a teu lado caminhar… O desconhecido assustou-te, como a tantos de nós, que desistimos de erguer, bem alto a nossa voz em forma de luta pelo que acreditamos. Fomos todos severamente enganados! Ensinaram-nos que estamos cruelmente errados quando lutamos, sem hesitar, pelo que amamos!

Tão presente no meu futuro

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  Ouço o bater do meu coração! Ouço a tua ofegante respiração! Ouço o teu animal gemido… Ouço tuas palavras profanas! Ouço tuas vontades insanas! Ouço desejares – me… ao ouvido… Sinto anjos e demónios em coros! Sinto teu deleite saltar – te dos poros! Sinto a tua língua num percurso sem nexo! Sinto a intensidade do teu querer… Sinto o calor e o furor do teu prazer … sinto – me sentindo – te  no meu sexo! Vejo o amor no teu olhar! Vejo – te parado… tentando entrar. Vejo o quanto me abraças com jeito! Vejo o caminho da tua mão! Vejo a vontade e a química do teu coração! Vejo – me a preencher – te, com a voz, o peito… Ouço a música que me dedicas… Sinto que quando sais, ainda ficas… Vejo sempre tua luz no meu escuro… Ouço tuas palavras dizendo que me amas! Sinto – te, e mesmo à distância, meu corpo inflamas … Vejo – te como no passado, tão presente no meu futuro...

Aura

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Todo o mar não tem conseguido afogar em mim este sentimento que me raptou; levou–me num repente a viajar, numa viagem que nunca mais acabou! Meu coração parou de funcionar. Não são mais certas suas pulsações. Vive constantemente a disparar, anda louco,com tantas sensações! Esse sentimento que eu queria gritar vive sufocado,camuflado,envolto em magia… É o pensamento derradeiro ao me deitar; é o primeiro a cada raiar do novo dia. Vivo a ser invadida por tudo o que me rodeia. Tudo o que existe,tr az -te,causando em mim um arrepio… Há momentos que tornam a minha vida tão cheia, outros, tão cheios,de um triste vazio… É este amor então,a força matinal que me desperta! É a letra da música que ao tocar me restaura. Mantém–me viva,quando a dor da saudade aperta! Ilumina de inspiração,o meu ser e a minha aura...

Já não te amo mais

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Deixaste que eu morresse dentro de ti, por não saberes cultivar e fazer florir em mim, o amor que um dia senti, e que me levou a deixar tudo e partir. Muitas vezes, rodeada pela multidão te alertei que o sentimento que em mim se mantinha, era o da incansável e imensa solidão, que me levava arrastada por desertos … sozinha! Nem te deste conta, porque não te importa; recebi desprezo após ter perseguido valores e lutado, tantas vezes gritei que me sentia morta quando te empurrava na vida e nem seguias a meu lado… Que mais posso dizer, que não tenha gosto a fel?! Palavras suaves, serão agora sempre   tão mortais, posso apenas dizer que enquanto te amei, fui- te  fiel, mas que agora… já não te amo mais!

Tudo ... e nada!

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Quando o dia me deixa só comigo, corro o tempo e  desarrumo as lembranças, aí viajo e por fim, encontro-me contigo, entro nas nossas risadas, que nos tornaram crianças. Quando o dia me proporciona um espaço, e todas as recordações ficam eminentes, eu relembro a veloz corrida para o abraço, o amor feito, como o dos adolescentes… Quando o dia se cansa da luz e quer a lua, testemunha e confidente de tudo o que foi nosso, eu fico mais longe de mim, mais perto de ser tua… recordações, é o que tenho; lembrar–me,só isso posso… Quando o dia termina,não termina então meu pensar; continuo revivendo momentos, que compõem minha estrada, continuo a sentir intensamente o amor e a desejar, não ser, nem deixar de ser, o que fui na tua vida:tudo… e nada!

Boca

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Esfomeada, a boca, que me prende, como se fosse eu, prisioneira numa gruta, é ela, que tanto me ataca como me defende, que dita as regras, impõe a luta... Comparável a um misterioso cofre, que ao abrirem – se todos os cadeados de ouro, alivia – se a ansiedade e a dor de quem sofre, através da partilha do beijo, tornado tesouro. O abrir dos lábios suaves, em procura, dos lábios que mesmo calados tanto falam, transforma momentos… pára o tempo com ternura, deixando falar os olhos, que não se calam . Esfomeada, a boca , que me prende, já colada a meus lábios, como se imortal, conquista territórios na minha boca, que se rende deixando vitoriosa e saciada essa fera carnal. Lábios… língua! Saliva … numa mistura louca, são parte de um sentir. São a forma de grito! Deixa – me entrar em ti, pela tua boca, e habitar – te ferozmente num beijo infinito…