Boca
Esfomeada, a boca, que me prende,
como se fosse eu, prisioneira numa gruta,
é ela, que tanto me ataca como me defende,
que dita as regras, impõe a luta...
Comparável a um misterioso cofre,
que ao abrirem – se todos os cadeados de ouro,
alivia – se a ansiedade e a dor de quem sofre,
através da partilha do beijo, tornado tesouro.
O abrir dos lábios suaves, em procura,
dos lábios que mesmo calados tanto falam,
transforma momentos… pára o tempo com ternura,
deixando falar os olhos, que não se calam .
Esfomeada, a boca , que me prende,
já colada a meus lábios, como se imortal,
conquista territórios na minha boca, que se rende
deixando vitoriosa e saciada essa fera carnal.
Lábios… língua! Saliva … numa mistura louca,
são parte de um sentir. São a forma de grito!
Deixa – me entrar em ti, pela tua boca,
e habitar – te ferozmente num beijo infinito…
Pois é! Na boca tudo começa...Mas também, tudo pode acabar! Em poema como tu o fazes, até esquecemos a segunda parte.
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