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O encaixe do abraço perfeito
Aproxime-se mais mais até não dar mais… Abra os braços estique estique, enrole ao redor envolva prenda e fique... E com jeito aproxime-se do peito que vai abraçar com ímpeto mas com delicadeza; aperte entre os braços aperte anulando os cansaços as tristezas as fraquezas os espaços… Entregue-se demoradamente envolva-se intensamente torne as suas imperfeições o encaixe perfeito e acolha junto ao seu peito o ser que vive dentro do seu coração com delicadeza com firmeza com emoção… Aproxime-se mais mais até que leves sussurros animais se soltem do interior… Com jeito sinta bater no seu peito o coração de quem abraça e permita-se sentir viver permitir transferindo a energia que passa, que renova quem é abraçado e quem abraça, fazendo deste encaixe imperfeito o tesouro eleito dos tesouros do mundo. Aproxime-se e deixe-se silenciar deixe-se abraçar até que toda a imperfeição se encaixe e faça desta diferença união encontro abraço exaltação regaço embale profundo…
Eu fui a única culpada
Tudo foi culpa minha. Eu fui a única culpada. Fui em quem provocou o seu despertar para a vida e para felicidade. Fui eu, com esta minha mania tola de temperar a vida com colheradas e colheradas de amor e sorrisos, que causei tanta vontade de mudança e de reviravolta. Sim, fui eu. O meu acordar era feliz e ousado. O meu anoitecer era inovador e aventureiro. Eu criava regras e fazia com que as cumprissem. Eu investia em brincadeiras e provocava gargalhadas. Eu assumia a minha vontade, proclamava os meus sonhos e não escondia os meus medos, as minhas verdades e as minhas dúvidas. Sou a única culpada de tudo. Assumo. Chorei muitas noites e sorri muitos dias. Falei sempre o que pensava, mas acima de tudo sempre falei o que sentia. Usei sempre da verdade, mesmo quando tive a mentira à minha disposição. Eu fui sempre a única culpada. Culpada por ter nascido assim e viver o que nasci, culpada por querer e assumir o que queria, culpada por saber
História
A nossa história de amor tinha de ser diferente de todas as outras. A nossa tinha mesmo de ser original! Não haveria um pegar na mão, um convite para tomar café ou um simples quero conhecer-te melhor. Na nossa história, o mínimo que seria permitido fazer, seria, um arrepiante deslizar da mão pelo teu pescoço, provocando um arrepio até ao mais tímido poro… Na nossa história, a cafeína era insuficiente perto de toda a adrenalina libertada pelo olhar que cruzamos no primeiro instante do segundo que nos vimos… Na nossa história, conhecermo-nos melhor não chegava. Queríamos conhecer-nos todos: o exterior, o interior, os segredos, os medos, os desejos, as calmas, as inseguranças, as almas…
Meu amigo
Esta carta que te escrevo leva tudo o que sinto por ti: a admiração, a amizade, o bem-querer e o amor. Ela é escrita com carinho, com linhas de ternura com muita dedicação e muitas letras de doçura. Escrevo para dizer-te que és uma prenda que a vida me deu que quanto mais te quero mais sei querer-te e cada vez mais és meu amigo, só meu… Amo-te com amizade e esta amizade infinita e cheia de cor é selada com verdade nossa amizade é amor.
Mortes da vida
A vida é feita de mortes A nossa vida é feita de mortes. Das nossas mortes. De mortes alheias. Mortes estupidas, cruéis e feias… Quando nascemos, morre-nos a possibilidade de vivermos para sempre. Quando alguém nos morre, morremos também. Morremos um pouco, morremos dolorosamente. Cada vez mais, sinto que a morte nos espreita. Morremos quando damos mais valor a um lugar de destaque na sociedade, do que a um lugar aconchegante num coração. Morremos quando nos atropelamos para termos poder, morremos para ter,ter,ter… Hoje sinto-me um pouco morta. Sinto-me assim porque vejo que ao meu redor, apesar do lamento e da dor, há gente que vive morta. Gente que simplesmente não entende, que viver, por viver, de nada importa… Quantas lágrimas mais teremos de chorar, para estarmos preparados, para a despedida definitiva? Quantas? Sei que, ainda que chorássemos todos os oceanos, jamais estaríamos preparados para morrer ou para ver morrer
POEMA DO MUNDO QUE FAZEMOS
A pouco e pouco o mundo vai ficando mais louco. Morrem os grandes seres perdem-se os verdadeiros prazeres, já são escassos os que dão valor à educação, à amizade, ao amor… À medida que a vida passa cruzamo-nos com gente sem graça com projetos de gente seres desumanos, que nos fazem frente, desonrando a pureza da alma e da raça, seres que vivem da mentira e da trapaça… E o tempo não para… E cada vez mais, o carácter é qualidade rara. Hoje em dia quanto mais sacana, melhor vivemos num clima de morte e horror; aplaude-se o diplomata que se diz homem enquanto inocentes, à fome, morrem… A pouco e pouco o mundo vai ficando mais louco… Morrem os grandes seres perdem-se os verdadeiros prazeres, já são escassos os que dão valor à educação, à amizade, ao amor… E anda o mundo num corrupio elas desfilam em peles de animais e os animais, coitados, morrem de frio… Num lado do mundo catam migalhas do chão para matar a fome, do outro lado desmaiam de fraqueza porque não podem engordar e ni