Lágrimas ao sol


Esperei que ele nascesse
e inundasse o meu jardim,
coberto por ervas daninhas
e fósseis de mim.
Despontou lá bem alto
inundando de calor toda a cidade;
esquentou o negro asfalto
que me ladrilha
ferozmente
a sensibilidade.
esperei que este nascer
me trouxesse um naco de esperança,
pois é que vivo de tanto morrer,
e meu coração ferido já se cansa…
E á medida que me aquecia a pele desnuda,
crescia em mim uma dor funda
que me agredia gratuitamente,
ferindo ainda mais minha ferida
apagando em mim qualquer réstia de vida
esfaqueando - me toda … por dentro.
Esperei um pouco mais , sempre tentando,
um mágico sentir , um renascer,
uma forma de referência, um farol.
Não surgiu! Não me ouviu … e eu esperando,
enquanto desgarradas iam rolando
minhas lágrimas brilhando ao Sol.



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