Lixo

Hoje fui a enterrar
ainda viva,
a soluçar...
E impávido
o coveiro,
pá a pá
de pesada terra,
sepultou – me,
como se eu fosse um detrito
num aterro.
Que dor,
ser como lixo despejado
num terreno árido e vazio…
Que cansaço,
que frio...
Que mágoa...
Que pena
ser mal amado,
e matar devagarinho
tanto amor e carinho
que docemente foi gerado…
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