Não preciso ver Para (te) sentir Porque só ser Já é existir. E cada beijo teu É declaração É amor, é céu É realização. Não preciso ter Para (te) possuir Porque te querer É já prosseguir. E cada beijo trocado É bem-estar É céu iluminado Luar… Não preciso vencer Para ganhar Porque (te) viver É já amar! E cada beijo que me dás É alimento É paz Puro sentimento! Poesias de Terra e de Mar por Sandra Fernandes
As (nossas) rugas Se as rugas da nossa pele tivessem a oportunidade de falar, contariam tantos episódios que nunca ninguém sequer ousou imaginar. Dariam a conhecer as imensas lágrimas censuradas que ficaram por escorrer, contariam ao mundo em gritos estridentes a intensidade de dores, que tantas vezes nos obrigaram a esconder… Se as rugas que carregamos no nosso rosto fossem como páginas escritas e, na incerteza, rabiscadas, as bibliotecas do mundo seriam campos de concentração esvaziados sob valetas comuns de corpos sem acção e os nossos olhos, seriam duas luzes apagadas sem esperança, perdidos na escuridão… Sandra Fernandes
Perdi-me,alegremente,na neblina do teu corpo e deixei,que a pouca visibilidade do olhar fosse guiada pelo avançar arrepiante das minhas mãos, fazendo dos meus dedos,pés,para caminhar suavemente pela tua pele. Perdi-me,conscientemente, nas montanhas do teu corpo e deixei,que os terrenos acidentados,vestissem-me de aromas de sementes e frutos, fazendo do meu ventre algar e estalactite tutelada. Perdi-me e, docemente, desbravei o teu corpo e deixei, que a cada semear de beijo e a cada abraço de pele, aumentasse a minha força e meu sentir, fazendo do meu espírito moradia de sentimentos e quietude. Perdi-me como quem regressa ao conforto do lar(o teu corpo) e deixei-me adormecer no despertar suave dos teus olhos de terra, fazendo do teu abraço o travesseiro repousante, para os meus pensamentos e dos batimentos cardíacos solfejados no interior do teu peito, música relaxante.
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