Lágrimas ao sol
Esperei que ele nascesse e inundasse o meu jardim, coberto por ervas daninhas e fósseis de mim. Despontou lá bem alto inundando de calor toda a cidade; esquentou o negro asfalto que me ladrilha ferozmente a sensibilidade. esperei que este nascer me trouxesse um naco de esperança, pois é que vivo de tanto morrer, e meu coração ferido já se cansa… E á medida que me aquecia a pele desnuda, crescia em mim uma dor funda que me agredia gratuitamente, ferindo ainda mais minha ferida apagando em mim qualquer réstia de vida esfaqueando - me toda … por dentro. Esperei um pouco mais , sempre tentando, um mágico sentir , um renascer, uma forma de referência, um farol. Não surgiu! Não me ouviu … e eu esperando, enquanto desgarradas iam rolando minhas lágrimas brilhando ao Sol.