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Tão só

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Estou aqui tão só rodeada de areia e mar, no céu a lua tem dó pois sabe – me por dentro a chorar… Estou sentada na areia, a olhar a imensidão do vazio, e a minha dor, mais dor ateia, queima – me nas labaredas deste frio. Vim reviver sozinha abraços e beijos e olhares, e cada lágrima minha aumenta – me a tristeza dos mares… Estou aqui e não estou, pois ando por ai em demandas, pois deixei de ser o que sou por não andar onde tu andas…

Oferta

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A meia-noite esperei-a, podendo então sintonizar as badaladas, às batidas do coração, e marcar eternamente este momento; acolhi-te meigamente no meu abraço, repousando em paz, como do cansaço do trabalho de parto, no nascimento. Trazia comigo a mais bela oferta, não vinha embrulhada, trazia-a já aberta, por não caber, jamais em nenhum papel de cor; delicadamente colhi com a minha a tua mão, que devagar depositei sobre meu peito, no coração te dizendo,o que trazia para te dar:o meu amor! Entraste em mim através dos meus olhos que choravam, pois viam eles que os teus também me amavam e entre tantas partidas e chegadas, tudo se renova; aninhaste – me no teu abraço forte, como um leão, percorrendo meu corpo todo , qual furacão Amaste - me intensamente, do teu amor me dando prova!

Lágrimas ao sol

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Esperei que ele nascesse e inundasse o meu jardim, coberto por ervas daninhas e fósseis de mim. Despontou lá bem alto inundando de calor toda a cidade; esquentou o negro asfalto que me ladrilha ferozmente a sensibilidade. esperei que este nascer me trouxesse um naco de esperança, pois é que vivo de tanto morrer, e meu coração ferido já se cansa… E á medida que me aquecia a pele desnuda, crescia em mim uma dor funda que me agredia gratuitamente, ferindo ainda mais minha ferida apagando em mim qualquer réstia de vida esfaqueando - me toda … por dentro. Esperei um pouco mais , sempre tentando, um mágico sentir , um renascer, uma forma de referência, um farol. Não surgiu! Não me ouviu … e eu esperando, enquanto desgarradas iam rolando minhas lágrimas brilhando ao Sol.

Guerra interior

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Foi declarada guerra no meu interior; combato agora os segundos, os minutos, as horas, que farão dias, semanas, meses, que farão anos, contra esse amor! Não quero lutar! Quero – te amar!     

Como?

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Como podemos parar, o motor dentro do peito? Desenfreado teima em palpitar embora tantas vezes desfeito… Como podemos calar sua voz que nos chama? Constantemente nos leva a recordar alguém a quem se ama… Como podemos matar o amor que teima em viver? A vida ensina-nos a amar mas não nos ensina a esquecer!

Sempre

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Sonhaste com a hora da minha chegada, Com o olhar que nos prendia; Sonhaste com o ruído da porta de entrada, Com o contemplar da tua alegria. Sonhaste com o abraço assassino de saudades, Com a intensa respiração de desejo; Sonhaste com todas as nossas vontades, Expressas nas salivas dos nossos beijos. Sonhaste com o meu aroma corporal, Que te tira do sério e te fascina, Sonhaste com a sobremesa carnal Confeccionada com teu pénis em minha vagina… Sonhaste possuir - me  como antes, Com a mesma força e o mesmo amor; Sonhaste que ainda éramos amantes, Desnudos, entregues, sem pudor! Sonhaste com meus gritos de prazer, Onde viajas loucamente e hibernas; Sonhaste que ainda me podes ter Fazendo escorrer teu sémen em minhas pernas… Sonhaste com a paz depois dos corpos em luta, Deitados nus, abraçados num olhar; Sonhaste com a voz que teu coração escuta, A voz da mulher, que sabes tão bem amar! Sonhaste ter - me mais uma vez em teu abraço, Para comprovares se o amor que sentias era real,

Deixa a vida viver

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Deixa a noite te envolver; Deixa a vida ganhar cor; Sente a força do mar percorrer Todas as formas de fazer amor. Deixa a estrela cadente voar. Entrega-lhe o teu sonho em pedido; Deseja intensamente o forte abraçar, Do distante desconhecido… Deixa cada onda agitada Penetrar – te como anéis de Saturno, Sacia tua vida em pequenos nada, Transforma – te em faminto nocturno. Deixa a vida viver… bem viva. Grita ao mar; prende – te à areia; Empenha toda a tua saliva, Como se agarrasses toda a luz da lua cheia . Deixa a tristeza partir destruída, Deixa a alegria te destilar em alambique; Degusta intensamente o sabor da vida Como às iguarias de um piquenique.

A praia

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A praia traz – me mãos dadas Traz - me sorrisos Abraços Pegadas. Traz – me olhares Luar Traz – me promessas O mar… Traz – me momentos Desejos Juramentos Os beijos. A praia traz – me a madrugada O horizonte distante A caminhada O amante! A praia traz – me areia A música da voz A alma cheia Nós… A praia traz – me o vento A lágrima salgada O sentimento A face gelada. A praia traz – me o frio As lembranças O rodopio Das nossas danças. A praia traz – me o cheiro O toque das peles macias O amor verdadeiro As alegrias. A praia traz – me quem se foi… A dor Como dói Tudo… sem ti, amor… A praia traz – me teu rosto O bater do coração O sol-posto A minha solidão…

Madrugada

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Regressei a casa de pés no chão, sentindo nos pés o frio da madrugada, trazendo tudo da minha vida,no coração gelado pela força da brisa da geada. Entrei devagar no palácio sombrio, abri – lhe a porta como quem não quer entrar, arrastando a dor que me gelava,como o frio dos pólos do ter de partir querendo ficar. Caminhei em silêncio em cada passo, deixando pegadas de passados e de sorrisos. Despi do corpo a roupa em compasso mantendo apenas a pele e os cabelos lisos. Subi a escada ,quase sem respirar pois me impregnava o cansaço e a dor, da tristeza e da força do amar e a constância das forças do rio do teu suor. Abri lentamente a janela do meu espaço... Uma brisa revoltada agrediu me com o cortinado, e brevemente transportou – me para dentro do abraço que inesquecivelmente repousou a meu lado. Instantaneamente saltaram aguçadas lágrimas de desgosto, fazendo lembrar as palavras do olhar e dos corpos,o envolver, caíram vertigi

Ainda estou aqui… em ti

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Ainda estou aqui a olhar por ti, a dar – te tudo de mim, a viver com o teu sorriso a ver em ti o paraíso, a pousar em teu jardim. Ainda estou por perto… Sendo tua água no deserto, a dar – te a sombra no calor. A viver com tua alegria, a ver em ti  magia, a mergulhar – te no meu amor. Ainda estou aqui ,sedenta do teu mimo que me alimenta, a dar – me por inteiro. A viver constantemente com tua presença tão ausente, sendo meu ar o teu cheiro.

Sabes amor

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Sabes o sabor da minha boca; Da minha língua, sabes os desvarios; Sabes o toque e o tamanho da minha roupa, do meu corpo, sabes todos os arrepios… Sabes o veludo da pele, do corpo meu; Da minha anca, sabes o agitar; Sabes que em minhas curvas visitas o céu; Das minhas mãos não te queres soltar. Sabes que o meu pensamento te pertence; Do meu corpo, sabes o prazer… Sabes que o amor que me tens te vence, da minha vida não te queres perder. Sabes da minha voz a calma imensa, Da minha palavra, sabes o conforto; Sabes que somos um do outro, pertença... Do teu barco sou o teu porto… Sabes o cheiro do meu cabelo fino; Do meu olhar, sabes as histórias e os receios; Sabes o medo que tens do destino, te privar do adormecer em meus seios!

Sê feliz

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Deixar-te partir é como jogar fora os segundo que te dediquei, os beijos que dei, as carícias que provei. Deixar - te partir é rejeitar os segundos que virão, é não sentir mais o toque da tua mão, é viver a vida sem verão! Deixar  - te partir é dar - te liberdade, é mudar o rumo da vontade, é negar a minha verdade! Deixar - te partir é minha penitência, é aumentar  a minha carência,  é mostrar toda a minha benevolência. Deixar - te partir é chorar calada, é como ser uma vela apagada, é como ser flor arrancada. Deixar - te partir é fazer o que jamais quis, é contrariar o que o coração diz, é gritar tão alto : Vai! Vai, mas sê feliz!

Veneno

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Entraste em mim,para provar do meu amor, criando em mim um feto de esperança, e agora partes,arrancando–te à força…e deixas dor, e o meu mundo estagnou no tempo, j á não avança! Entraste em mim,para saciares tua sede de felicidade! Alimentaste–te, renovando tuas forças,no meu mel, e agora,na hora de amares,com toda a intensidade deixas meu mundo,poluído de veneno com intenso sabor a fel. Entraste em mim,me encantando e iludindo… Criando em mim um espaço de harmonia e mistério, e agora partes vitorioso,indiferente e sorrindo, deixas meu coração cheio de sepulturas, qual cemitério…

Para quê?

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Amar para quê? Me pergunto vezes tantas… Se amar magoa, destrói, tr az amargura… Nos lábios a devastação… a secura, a dor presa nas gargantas! Quem inventou tal sentimento não teve a oportunidade,afinal de ver como o amor nos causa mal é mais que morte,é um tormento! E a caminho da morte,compadecida, fica a sofrer a pobre vida, solitária … dolorida… viúva… Por lhe terem prometido amor, deixando tristeza e dor que a seus olhos sempre tr az chuva…

Eu sou a noite

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A noite traz–te e leva–te… Ficas e vais… Entras e sais… Foges e chegas… A noite dá–te e tira–te… Confraternizas e brigas… Beija-te e morde–te… Choras e ris! A noite prende – te e solta – te… Rasga-te   e junta-te… Ama-te e odeia-te… Abraça–te e empurra-te! A noite acha – te e perde – te… Olha–te e cega–te… Come–te e regurgita–te… Mata–te e ressuscita–te…. Socorro! Ajuda–me! Eu sou a noite!

Varanda

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Da varanda vejo a lua, ouço o mar que está revolto, está tão vazia a minha rua só a enfeita meu cabelo solto. Da varanda saio em viagem, percorro longos trilhos onde passei e encontro realidades em minha passagem, dos corações que já amei. Da varanda não atinjo as paisagens que procuro e olhando o horizonte finjo acreditar que existe futuro. Da varanda contemplo a noite amena onde aromas da noite me recordam o que vivi. Aqui ficarei ansiosamente serena aguardando, como outrora, por ti…

Castelo desfeito

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Era nublada a manhã que nascia. Cantavam-me pássaros à janela. Mas em mim, minha alma, não via a alegria que sonhei e era bela! Apedrejada por pensamentos deprimidos, acordei, como se um terramoto me demolisse. Assustavam – me meus gritos contidos… Pena foi , não haver quem os ouvisse! Ergui-me em sobressalto do leito oco, esperançada que fosse um pesadelo afinal… Mas não! Eu fui percebendo pouco a pouco, que não era ilusão. Era Real! Havia se desmoronado o castelo que construí, Erguido com sonhos, meu amor e muito jeito. Lamento – me agora, em dor, pois percebi que a minha vida, esse castelo, está desfeito!

Gravado em mim

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Vejo um olhar e é o teu! Vejo o luar e sei – te meu! Vejo a chuva a cair e és o abrigo! Vejo um sorrir fico contigo! Vejo o sol brilhar e é teu calor! Vejo as ondas do mar é o teu amor! Vejo a melodia e é tua voz! Vejo alegria e somos a sós! Vejo a madrugada e é teu encanto! Vejo a geada e és quem amo tanto! Vejo uma flor e és jardim! Vejo – te amor gravado em mim!

Minha alma (tua)

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O dia que me olhaste Não olhaste meus olhos, Olhaste meu eu… O dia que te mostraste Não mostraste teu ser, Mostraste – me o céu… O dia que me tocaste Não tocaste minha pele, Tocaste minha essência… O dia que me faltaste Não aumentaste meu orgulho, Aumentaste minha carência… O dia que me beijaste Não beijaste minha boca, Beijaste meu sentimento… O dia que me abraçaste Não abraçaste meu peito, Abraçaste – me por dentro… O dia que sofreste Não sofreste sozinho, Sofreste e eu por ti… O dia que me perdeste Não perdeste o teu caminho, Perdeste tudo o que perdi… O dia que te declaraste Não declaraste teu desejo, Declaraste em mim a calma… O dia que me amaste Não amaste meu corpo, Amaste a minha alma…

Carta de despedida

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Estou de partida! Novamente; é minha vida! Levo nas mãos calejadas tantas águas passadas! Levo no meu peito, o orgulho desfeito! Nos ombros meus, o peso do adeus! Dentro da mala a voz que já não fala! De rumo ao berço quase desvaneço! Estou de partida; engolindo a lágrima da ferida! Levo o peso da solidão e a urna do coração! Levo   em mim tudo o que sei, levo os que amo e os que amei! Aos ombros grosseiros carregos os herdeiros! Dentro da mala uma dor que me estala! Sem norte nem rumo desfaço – me como fumo! Estou de partida voltando ainda mais corroída! Levo sonhos sem validade arruinados pela saudade! Levo nos olhos olhares, sorrisos, abraços, lugares! Sobre os ombros edificações e escombros! Dentro da mala ,vão partidos ossos, dor ,tristeza e os meus destroços! Extraviada parto em fracasso, levando o cheiro, o beijo, o abraço! Estou de partida, não vendo ninguém na saída! Levo algo que nunca pud

Velhice

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Sou um livro quase escrito em papel de experiência. Sou um poço infinito entre a gratidão e a carência! Sou de vida , uma história, gravada em mar de lembrança. Sou mais valia, sou a memória, de novo, sou uma criança! Sou um todo neste mundo, que ainda tudo , não disse. Sou o inicio de um amor profundo, a lembrança da tua velhice! Sou ruga do tempo que passou, que permanece no presente. Sou o futuro que sonho… aqui estou! Vivo! Idoso! Mas gente!

Tolo!Tolo!Mil vezes tolo!

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Quando nasceste alguém te disse, que amar intensamente era tolice? Se o fizeram,foram bocas malfazejas, que não foram felizes e não querem que tu sejas! Quando partes com o coração dilacerado, de gritares que me amas, mas não dormes a meu lado, dói - te a alma , que revoltada, te morre em segredo... tudo fruto de uma caminhada feita de fraqueza e de medo! Quando nasceste, por acaso, vinhas fadado a viver  de aparências , tão infeliz e acorrentado? Se assim te deixas viver em perfeito dolo, é porque és tolo! Tolo! Mil vezes tolo!