Velho sonho
Ai se eu pudesse correr p’los campos das artérias, tornada sangue quente e galopante, regando flores, nos olhos das primaveras, dos seres que morrem vivos a cada instante; para tornar lágrimas, que de veneno, são feitas em sementes germinando em fértil terra, sepultando ruim ganância, que rega com enganos os corações gélidos destes humanos, que matam o amor e renascem com a guerra! Ai se eu pudesse, abraçar todo aquele que se nega entender que a vida sua é pedra viva e valiosa, e ao caminhar a desfolha e a degrada; fazer sentir que todos somos detentores da luz da lua, iluminados, qual rara rosa em florida sacada! Ai se eu pudesse, degustar um verso e beber poesia, devagar e leve o seu sabor; concretizava meu velho sonho de provar alegria, digerindo com as entranhas da alma, em movimentos leves de calma todo o paladar do amor!