Dança das línguas



A minha língua era como terra de ninguém,
deixada por cultivar e ao abandono,
povoada por corvos em harém,
em queda,como as folhas no Outono!

A tua língua,trazia o gosto da resiliência,
trazia papilas,em séquito degradado,
que procuravam uma razão de existência,
ansiando uma terra,onde ser arado.

Juntas,entre bocas que as ostentam,
tanto saem agitadas,como entram,
mostrando,do amor,toda a pujança;

Procurando na húmida boca desejada
a tão almejada porta de entrada,
onde as línguas se entregam em dança!

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