Tu


 
Tu, não és uma pedra dura,
nem feito és do mais frio gelo,
apenas escondes teus sonhos e tua ternura
pintando na tua vida um pesadelo…

Tu, não és de maldade tecido!
Eu vejo no teu olhar esconderijos de papel,
onde teimas ficar escondido,
limpando as gotas, que te escorrem, de mel.

Tu não és uma alma vazia
que caminhe adiante sem olhar.
Apenas temes o amor e a alegria,
assim… desistes de lutar…

Tu não és um ser insensato
achas  só ,que tua vida não vale nada,
e então anulas – te , és ingrato,
deixas tão vazia a tua estrada…

Tu não sonhas com receio
e se sonhas não te aventuras,
deixas teus projectos ficar a meio
desfrutas  sozinho  tuas amarguras…

Tu não vives! Vais vivendo!
Acomodas – te na tua tradicional teia,
não te apercebes que vais morrendo
de cabeça soterrada na areia …

Tu , esqueceste de seguir , sem temer,
sem largar a mão de quem dizias amar tanto,
e agora passas teus dias a ver morrer
o amor , sem forma de renascer… em pranto…

Tu não entendes que amor não se planta,
nasce sem semente e cheio de zelos…
que embora o mates , ainda assim não adianta
lembrarás sempre que vires o branquear dos teus cabelos!

Tu não fazes as viagens que idealizas.
Teu barco dos sonhos não sai do porto.
Não deixas que te aqueçam o rosto, as brisas…
Não notas? Que vives por aí, já morto?!

Comentários

  1. Que lindo...E tão triste mas verdadeiro!!!
    Gostei mesmo!!Esta veio de dentro de teu coração.Um abraço!!

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